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Um leil?o fora do tempo e da lógica da transi??o energética Gustavo Pinheiro Um só Planeta.txt
Faltando menos de três meses para a COP30,?oforadotempoedalógicadatransi??oenergéticaGustavoPinheiroUmsófreaky friday fixed symbols slot o Brasil dá um passo em falso. Ao incluir usinas a carv?o no próximo leil?o de energia, o governo amea?a comprometer sua credibilidade climática e desperdi?ar uma oportunidade real de modernizar o setor elétrico com ganhos econ?micos e geopolíticos. O objetivo do leil?o é contratar potência firme: gera??o de energia que possa ser acionada rapidamente no fim da tarde, quando a demanda sobe e o sol se p?e. Mas o carv?o é o oposto disso. Trata-se de uma fonte inflexível, cara e altamente poluente. Na prática, para funcionar nesse modelo, as usinas a carv?o teriam que ser ligadas ainda na hora do almo?o, injetando energia no sistema justamente quando o país já sofre com excesso de oferta e acumula prejuízos bilionários com o desligamento for?ado de fontes renováveis. O resultado? Mais desperdício, mais custos, mais distor??es no sistema elétrico. Continuar lendo E o consumidor, claro, paga a conta Empurrar ainda mais energia inflexível vai agravar um problema que já tem nome e fatura. Mas o risco n?o é só técnico ou tarifário. é político e estratégico. A mensagem que esse leil?o envia é de atraso. De falta de dire??o. De inconsciência sobre uma transi??o que já está em curso e é imparável. Em 2023, os investimentos globais em energia limpa ultrapassaram US$ 2 trilh?es. China e Uni?o Europeia aceleram suas estratégias industriais baseadas em transi??o energética, aproveitando que os EUA patinam na transi??o sob Trump. O Brasil, com uma das matrizes mais limpas do mundo e potencial renovável imbatível, deveria estar liderando essa corrida. Em vez disso, flerta com uma fonte do século 19. E o pior: sob o argumento de garantir “seguran?a energética”. Assine aqui a nossa newsletter Enviando solicita??o de inscri??o...Por favor, aguarde. Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade. Cadastrar meu email Há, sim, formas modernas e inteligentes de garantir flexibilidade no sistema: baterias, hidrelétricas reversíveis, gest?o ativa da demanda, moderniza??o da infraestrutura de redes e aprimoramento do planejamento e da opera??o do sistema elétrico. Essas solu??es já existem, têm custos competitivos e atraem investidores, mas agora correm o risco de serem preteridas. A proposta do Ministério de Minas e Energia é um vacilo enorme que aposta em tecnologias que deveriam estar sendo desativadas. A pergunta central é inevitável: por que insistir no carv?o agora? A decis?o de incluir essa fonte no leil?o n?o resolve o problema de potência. Só transfere o custo e o risco para o consumidor e para a reputa??o do país. Mais do que um erro técnico, é um sinal político dissonante para quem diz liderar a transi??o justa e sustentável. O Brasil precisa decidir que papel quer desempenhar na economia do século 21. Ser vitrine de solu??es ou vitrine de contradi??es? Ainda há tempo de corrigir o rumo. Excluir o carv?o deste leil?o é uma medida simples e indispensável. A transi??o já come?ou e o que falta é alinhar as decis?es do governo com o futuro da propaganda oficial. Siga o Um só Planeta: