Estudos alertaram, mas governo tamb\u00e9m vive outras agendas', diz Eduardo Leite sobre falta de plano para conter cheias no RS
ótimas colheitas na planta??o do futuro 360o época Negócios Valor Econ?mico.txt
Walter Schalka,ótimascolheitasnaplanta??odofuturooépocaNegóciosValorEcon?mega sena resultaos presidente da Suzano: empresa com foco em reinvestimento e prioridade em sustentabilidade — Foto: Rogerio Vieira/Valor O eucalipto é a base de toda a produ??o da Suzano, maior fabricante de celulose do mundo. A empresa, que comemora seu centenário em 2024, tem 2 milh?es de hectares plantados. Usa a produ??o extraída daí e compra de terceiros. A árvore é uma espécie de origem exógena. N?o é possível precisar a data, mas em meados do século XIX chegaram ao país as primeiras mudas, e seu plantio extensivo serviu, já na década de 1930, à produ??o de combustíveis para trens. Menos de 30 anos mais tarde, a Suzano foi a primeira a fabricar papel branco com 100% de fibras de eucalipto em escala industrial na cidade onde instalou sua primeira fábrica de celulose - Suzano, regi?o metropolitana de S?o Paulo. Com um portfólio diversificado, seu slogan é uma linha de continuidade na sua história: “Nós plantamos o futuro”. Campe? de Papel e Celulose pela terceira vez seguida, a Suzano é a empresa do ano do “época Negócios 360o”. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); A partir de seu nascimento, em 1924, a empresa teve à frente a família Feffer: foi fundada pelo patriarca Leon Feffer, recém-chegado da Ucrania. Mais tarde, o filho, Max Feffer, assumiu o comando, numa gest?o marcada por ampla atividade de pesquisa. Empresa de capital aberto desde 1982, a Suzano mantém-se vinculada à família fundadora, com representantes da terceira gera??o como acionistas minoritários e membros do conselho administrativo da holding. “Os Feffer tiveram uma incansável disposi??o de investir no Brasil; n?o houve ano em que a Suzano n?o tenha crescido e reinvestido”, diz o presidente da empresa, Walter Schalka, há dez anos no cargo. Também nunca houve anos t?o rentáveis para a Suzano como 2021 e 2022, apesar do aumento de custos e da infla??o. Foi a campe? também no desafio desempenho financeiro entre todas as 410 empresas participantes da pesquisa. Schalka atribui a conjun??o de fatores favoráveis a “um alinhamento de planetas”: pre?o alto da celulose e valoriza??o do dólar, dois aspectos ideais para uma empresa cujo mercado externo responde por cerca de 80% da receita total, com vendas a 110 países. Aloca??es de capital favoreceram as opera??es internas. A Suzano acrescentou, em 2022, 400 mil ha a suas planta??es e planta agora 1,2 milh?o de árvores por dia. Leia mais: Governan?a em cenaPesquisa da Dom Cabral considera resultados em diversas dimens?esB3 possui padr?o de controle de toda a opera??oAquisi??es trazem novidades ao cardápio do grupo StefaniniGerdau caminha para a neutralidade das emiss?esBo Paper muda de rota e aprende tudo do zero Com a gera??o de caixa de 2022, a Suzano fez de maio a julho deste ano um programa de recompra de a??es que, isoladamente, remunerou os acionistas em R$ 2,8 bilh?es. Ainda foram adquiridos ativos da americana Kimberly-Clark, - uma amplia??o do segmento de tissues (papéis para higiene pessoal) -, opera??o concluída em 2023. A Suzano também finalizou a constru??o do ber?o e do terminal do Porto de Itaqui (MA) e fez investimentos importantes nas fábricas de Aracruz (ES) e Jacareí (SP). “Temos uma filosofia de reinvestimento de 90% da nossa gera??o operacional de caixa, e uma parte importante desses recursos está sendo aplicada no Projeto Cerrado, um marco transformacional na história da produ??o de celulose”, diz Schalka. O projeto, em Ribas do Rio Pardo (MS), é o maior investimento privado do Brasil: s?o R$ 22 bilh?es em capital próprio e recursos do mercado e inaugura??o prevista para junho de 2024. “é uma fase mais demandante, mas a empresa está muito bem preparada para operar a nova unidade em seus primeiros tempos.” Com a opera??o, o total da produ??o de celulose da Suzano será de 13,4 milh?es de toneladas por ano, cerca de 25% superior à capacidade atual. “A árvore plantada é o nosso core, e a partir dessa biomassa extremamente competitiva temos entrado em diversos segmentos”, diz Schalka. A madeira da Suzano tem três origens: produ??o própria, de terceiros e de pequenos fazendeiros com área disponível e próxima de uma das 11 fábricas da empresa. Para eles, a Suzano fornece mudas, tecnologia e ajuda no cultivo. Maior investimento privado do país, o Projeto Cerrado vai reduzir o custo de produ??o da empresa em 44,5% Segundo Schalka, com o projeto, o custo de produ??o da tonelada cairá de US$ 180 para US$ 100, principalmente pela redu??o da distancia entre árvore e indústria. O raio médio em Ribas do Rio Pardo será de 65 km. Hoje, na empresa toda, é de 200 km. Outros fatores de otimiza??o de custos ser?o o aumento da produ??o de energia para venda, a gera??o de gás a partir da biomassa para a opera??o e a fabrica??o de insumos químicos nos arredores. Após mais de 90 anos produzindo celulose e papel, a Suzano passou também a extrair lignina do eucalipto, substancia geradora de energia limpa, uma inova??o turbinada pela compra da Fibria, em 2019. O excedente é vendido para produ??o industrial no mercado e representa mais um setor superavitário da empresa. De olho em avan?os tecnológicos, a empresa criou em 2022 a Suzano Ventures, e com ela apoia startups em áreas de interesse, como reflorestamento e produ??o de energia. Além da celulose, do papel e da lignina, a Suzano atua no mercado de fluffy, material utilizado na confec??o de fraldas, absorventes, tapetes para pets e utilidades hospitalares. Quanto aos tissues, respondem a uma estratégia da Suzano de diversificar para chegar mais perto do consumidor final. Sua inclus?o no portfólio da empresa ocorreu há cinco anos. A participa??o mais relevante nesse setor de negócios da companhia se concentrava no Norte e no Nordeste. Com a compra dos ativos da Kimberly-Clark, abriu-se a possibilidade de atuar em todo o país. A Suzano se tornou líder na produ??o de tissue e detém a principal marca de papel higiênico, a Neve. A atividade da empresa tem contrapartida interna no sistema de governan?a. “é um processo de evolu??o ao longo do tempo, e o da Suzano mostra um grande dinamismo”, afirma Schalka, com entusiasmo. “Temos um conselho que está sempre inovando, com maioria independente e 33% de participa??o feminina.” A estrutura se organiza em torno de um conselho de administra??o sustentado por diversos comitês, entre eles, os de sustentabilidade, auditoria, gest?o de finan?as e estratégia e inova??o. S?o formados por membros externos, “pessoas absolutamente competentes em suas áreas”, segundo o presidente. Para uma empresa com base vegetal, a sustentabilidade se imp?e. Por características de produ??o, a Suzano é negativa em carbono e vende energia gerada pela lignina. “A sustentabilidade é prioritária na empresa e no setor há décadas”, diz Schalka. A Suzano tem como meta oferecer, até 2030, 10 milh?es de toneladas de produtos renováveis capazes de substituir plásticos e derivados de petróleo. Em fomento à biodiversidade, cerca de 500 mil hectares das terras da Suzano s?o cobertos por corredores plantados com mudas nos biomas Cerrado, Amaz?nia e Mata Atlantica. O presidente destaca ainda as a??es estruturantes, e n?o filantrópicas, que tiraram 200 mil pessoas da pobreza. E, numa extens?o natural da atividade da companhia, o instituto Ecofuturo incentiva a leitura e reúne mais de cem bibliotecas em todo o Brasil. “Estamos o tempo todo trabalhando nesses dois pilares, o da inova??o e o da sustentabilidade”, diz Schalka. Paralelamente, a Suzano tem uma política de diversidade ampla e capilar por meio de metas bem definidas. O objetivo de contar com 25% da participa??o de mulheres em cargos de lideran?a até 2025 já bateu nos 24,3%. Para a mesma data é prevista uma fatia de 30% para pessoas negras na totalidade da empresa (20,9% hoje). Há uma inten??o de ser mais inclusiva em rela??o às pessoas LGBT+, e persegue-se uma diversidade etária nas contrata??es, além de investimentos em acessibilidade e inclus?o de pessoas com deficiência. “Todas essas metas s?o traduzidas em benefícios para a empresa e para a sociedade”, afirma o presidente. “N?o é moda; é uma vis?o de longo prazo.” Schalka responde a algumas previs?es negativas para o mercado de papel e celulose. Elas partem do argumento de que as atividades de escrever e imprimir est?o em baixa. “Estatisticamente, isso n?o é verdade”, diz. “Ademais, esse ramo é apenas um submercado da totalidade de produtos do setor.” Ele menciona outros em expans?o em todo o mundo, devido a fatores demográficos, entre eles o submercado de tissues, com crescimento de 4% ao ano na empresa. “Nesse aspecto, dada a competitividade e a replicabilidade, a Suzano está muito bem posicionada.” Com o eucalipto, a empresa se especializou em fibra curta de celulose - a fibra longa tem origem no pinus -, num processo tecnológico com cerca de 60 anos, para espanto dos especialistas. Baseado nessa ousadia, Schalka vê um futuro múltiplo, com a inclus?o de uma ampla variedade de produtos além dos atuais. Ele vislumbra a conquista de um naco do mercado de tecidos, por exemplo. Com o reinvestimento quase total do resultado operacional de caixa, segundo Schalka, a Suzano segue rigorosamente a estratégia definida. “é isso que faz a companhia ter robustez de um lado e, de outro, ter empreendedorismo.”