As Histórias na GloboNews #1: desastres aéreos

Passageiros em fúria: brigas em avi?es e aeroportos aumentam 87%

Um levantamento exclusivo feito pela Associa??o Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) mostra que os conflitos em aeroportos e avi?es aumentaram 87% de janeiro a julho de 2025,úriabrigasemavi?resultado da mega-sena de quarta em compara??o com o mesmo período de 2024.

As cenas de confus?o se repetem em diferentes aeroportos do país. Em Guarulhos (SP), um passageiro bloqueou o embarque após perder o voo. Ele dizia só sair dali se fosse acomodado em outro avi?o ou se recebessem um PIX.

No Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), uma passageira arremessou um suporte de fila do andar superior. Do lado de fora, quebrou vasos antes de ser contida por seguran?as. Dentro do terminal, usou as próprias sandálias para bater no ch?o até ser presa em flagrante.

Em Vitória (ES), Jo?o Batista Ramos, de camisa amarela, tentou for?ar a entrada após o fim do embarque. Ele gritou, destruiu um port?o e usou um pedestal para intimidar funcionários. Foi preso. A defesa alegou que ele se exaltou após esperar longas filas.

Número de conflitos subiu quase 90% em um ano; confus?es envolvem agress?es a funcionários, invas?es e até pancadarias em filas de embarque.

Um levantamento exclusivo feito pela Associa??o Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) mostra que os conflitos em aeroportos e avi?es aumentaram 87% de janeiro a julho de 2025, em compara??o com o mesmo período de 2024.

Foram registrados 979 casos neste ano, contra 523 no anterior. S?o tumultos, brigas e depreda??es, às vezes causados por um único passageiro, que acaba atrapalhando a vida de centenas de pessoas.

As cenas de confus?o se repetem em diferentes aeroportos do país. Em Guarulhos (SP), um passageiro bloqueou o embarque após perder o voo. Ele dizia só sair dali se fosse acomodado em outro avi?o ou se recebessem um PIX.

A corretora de imóveis Nádila Aleixo tentou convencer o homem a liberar a passagem: “Mo?o, pelo amor de Deus, você perdeu o seu voo, mas você está atrapalhando 200 pessoas a embarcar. A gente n?o tem culpa se você perdeu o seu voo. Se você se atrasou ou n?o, deixa o pessoal embarcar. Tinha mulheres com crian?as, eu fiz um vídeo 360.”

Mesmo assim, o protesto seguiu. “Eu tenho culpa? Eu tenho culpa?" Respondeu.

"As pessoas que t?o aqui têm culpa?”, dizia o passageiro, enquanto outras vozes reclamavam: “Tem crian?a, tem bebê aqui, dá licen?a.”

No Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), uma passageira arremessou um suporte de fila do andar superior. Do lado de fora, quebrou vasos antes de ser contida por seguran?as. Dentro do terminal, usou as próprias sandálias para bater no ch?o até ser presa em flagrante.

Em Vitória (ES), Jo?o Batista Ramos, de camisa amarela, tentou for?ar a entrada após o fim do embarque. Ele gritou, destruiu um port?o e usou um pedestal para intimidar funcionários. Foi preso. A defesa alegou que ele se exaltou após esperar longas filas. A Azul informou que o passageiro chegou depois do horário previsto e repudiou a violência.

No Aeroporto de Pelotas (RS), André Burlamaqui, com histórico policial, atacou um seguran?a com um pedestal de ferro, amortecido pela esposa. Ele quebrou portas de vidro e saiu escoltado pelos policiais. Foi a oitava passagem dele pela polícia. Os advogados afirmaram que André colaborou com a Justi?a e pagou pelos danos.

1 de 1 Brigas em aeroportos e avi?es aumenta 87% — Foto: g1 | Fantástico

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Agress?es contra funcionários

Nem sempre a confus?o está ligada a atrasos. Em um caso envolvendo a Latam, um estrangeiro agrediu a agente de aeroporto Camila Germano.

“Aí ele come?ou a falar e eu n?o entendia o que ele estava falando e eu fiz com a m?o, encerrado, falei pra ele, ‘encerrou’. E ele n?o estava compreendendo (...). Aí a menina colocou no tradutor e eu virei o celular e ele deu um soco”, contou.

O psicólogo Mauro Matias, ex-comissário de bordo, explica que os profissionais da avia??o sofrem forte impacto emocional. "Eles s?o treinados a n?o responder, a tentar acalmar e abafar aquela situa??o. Essa agressividade, quando n?o encontra um expoente externo, se volta para dentro de si.”

Casos internacionais e regras de conduta

Em abril, uma passageira brasileira causou confus?o em um voo de S?o Paulo a Nova York. Ela tentou invadir a cabine para reclamar de atraso e foi retirada pela tripula??o. Durante a discuss?o, gritou: “Seu filho da p**, nojento. N?o pode encostar a m?o em mim, n?o pode encostar a m?o em mim. Você n?o sabe com quem você tá falando. Você vai se f***. Eu fui perguntar porque tá atrasado, esse vi*** me p?s pra fora.”

Ela e o marido foram expulsos e processam a companhia aérea. A American Airlines declarou que agiu em nome da prote??o de clientes e funcionários.

O treinador de tripulantes, Carlos Martins, explica como evitar conflitos: “A gente percebe esses contrastes muito facilmente, de que a pessoa está nervosa, incomodada com alguma coisa. é óbvio que é incentivada uma abordagem com esse cliente: ‘Você precisa de ajuda? Quer um copo de água?’”

Quando a polidez n?o funciona, os comissários já combinam de antem?o qual parte do corpo cada um vai imobilizar.

Estatísticas e investiga??es

No aeroporto de Guarulhos, apenas em 2025, foram registrados 15 boletins de ocorrência por crimes que v?o de racismo a abusos.

A delegada Fernanda Herbella afirma: “O que a gente vê na grande maioria dos casos é que essas pessoas que acabam discutindo com funcionários e cometendo crime n?o têm antecedentes criminais.”

Em Pernambuco, uma disputa pela prioridade no embarque após cancelamentos por mau tempo terminou em pancadaria.

Defesa das companhias e proposta de puni??o

O diretor de opera??es de seguran?a de voo da Abear, Raul de Souza, defende regras mais duras: “o que a gente tem hoje é um passageiro indisciplinado, ele é retirado do voo. Ele tenta fumar a bordo, agride um comissário e no outro dia volta a viajar. é exatamente isso que queremos evitar.”

A Agência Nacional de Avia??o (Anac) informou que a proposta de regulamenta??o sobre passageiros indisciplinados está em fase avan?ada e passa por ajustes finais internos.

A legisla??o brasileira proíbe objetos que representem risco num avi?o, mas ainda permite que pessoas que causam confus?o embarquem novamente no dia seguinte.

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